domingo, maio 30, 2004
Grande dia
E eis que chega, amanhã, o dia 31 de Maio; o primeiro dia onde algo vai mudar.
E, no more I say...
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E, no more I say...
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sexta-feira, maio 28, 2004
Desonestidade intelectual
Quem tiver lido os comments do post "Rumo ao abismo", já terá reparado que, nos mesmos, surgiu uma discussão entre mim e a "mente despenteada" ou, pondo os nomes às pessoas, a Carla Teixeira. Não costumo escrever posts a propósito de discussões surgidas nos comments mas, neste caso, parece-me importante esclarecer alguns pontos importantes.
Quem me conhece sabe perfeitamente que eu não tenho a mania que tenho sempre razão. A Carla não me conhece e, assim sendo, faz essa dedução no primeiro instante em que a mesma lhe é conveniente. Se me conhecesse, nunca faria essa dedução.
A Carla, por outro lado, acha que é uma atitude cobarde da minha parte pedir-lhe para ela não pôr mais comments neste blog. Como qualquer pessoa inteligente compreenderá, se os comments da Carla me fizessem muita confusão, teria bom remédio: apagava-os. Porém, como é evidente, já ficou bem claro que comments apagados só aqueles em que a linguagem é ordinária. Não é o caso da Carla. Portanto, esse meu pedido expressava apenas a minha vontade de não embarcar, conforme já explicitei, em discussões que são intelectualmente desonestas. Agora, parece-me, será importante explicar onde é que reside essa desonestidade. Vamos por pontos:
A Carla não quer que se pense que aqui falamos da redacção em que ela trabalha. O mesmo aconteceu com o Filinto. Conforme escrevi nessa altura, ninguém se refere à redacção em que, tanto um como o outro, trabalham. Porém, a Carla é desonesta quando quer fazer passar a ideia de que se tratam de duas empresas completamente diferentes. Não é o caso. Os suplementos da PJPub são distribuídos, gratuitamente, com a edição do dia do PJ. Mais, muitas vezes as publireportagens aparecem no próprio corpo do jornal, sem estarem devidamente identificadas. Mais, a Carla sabe que, até há uns meses atrás, as instalações dos dois departamentos (e é disso que se trata, departamentos diferentes, não falamos de empresas diferentes) eram contíguas e, curiosamente, as pessoas que trabalhavam num e noutro departamento eram pagas pela mesma, agora assim, empresa. A Carla é desonesta porque tenta passar uma ideia semelhante a esta: nós falaríamos em "Notícias" (exemplo alietório) e ela, se fosse jornalista do JN, faria questão de vincar que seria o DN que aqui estaria em questão. Ora, a Carla sabe-o bem, as coisas não são assim.
Repare-se que nunca critiquei quem trabalha no corpo do PJ. Não gosto do jornal, acho que é superficial na forma como trata as notícias, acho que é chato (o que é mais grave tendo em conta que, como já referi, é superficial), não tem brilho. Tem História, isso é certo, mas também é certo que, olhando para o PJ hoje em dia, essa História é, meramente, uma questão cronológica. Como é claro, esta é apenas a minha opinião e, como eu até nem acho que tenha sempre razão, aceito perfeitamente que existam outras. Agora, não está em causa o trabalho de este ou daquele profissional. Eu não gosto, enquanto leitor, do PJ, é só isso.
A Carla não sabe dos factos que têm sido relatados neste blog? É estranho porque não conheço local em que os boatos circulem com mais rapidez do que no PJ. Mas pode ser verdade, admito-o. No entanto, se não sabe, é desonesta quando entra na discussão tentanto tornar secundários factos que, ela mesma o afirma, desconhece. Porque não existe desonestidade pessoal maior do que ler este blog, ler as injustiças que foram cometidas às mais diversas pessoas, e, fazendo de conta que as mesmas não existem, deixar aqui comentários em que revela uma obsessão maníaca com erros ortográficos, em que faz questão de dizer, apenas, que se tratam de empresas diferentes. O que, aliás, conforme já referi, é, no mínimo, uma inexactidão muito grande. Porque se a Carla fosse intelectualmente mais honesta (reforço a palavra "intelectualmente"), saberia que a proibição de manter contactos com pessoas do "Comércio do Porto", o não pagar 14 dias de trabalho a uma jornalista, o não pagar mais de vinte dias do trabalho dos meus colegas que foram despedidos, essas sim, essas são as verdadeiras questões. Como eu acho que a Carla não é burra, aliás já o demonstrou, só posso concluir que contornar essas questões é um acto de desonestidade intelectual. Mais, aconselhar pessoas a visitar "blogs mais optimistas" é tentar detractar este blog, querendo passar a ideia de que aqui só se escrevem mentiras e, crime maior, mentiras pessimistas. A Carla, uma vez mais, é desonesta. Porque a Carla seria honesta se revelasse preocupação com os factos, aqui denunciados, que acima mencionei. Mas a Carla, que eu não conheço, e que admito que, em termos pessoais, seja uma pessoa honesta, entrou nestas discussões com a maior desonestidade possível: utilizar a inteligência para fazer valer pontos numa discussão em que, logo à partida, sabe que não tem razão. Se não sabe, fica por explicar porque é que entrou na supramencionada discussão. De qualquer forma, já expliquei porque é que a considero intelectualmente desonesta: é que podemos passar aqui dias a ver quem é que tem mais eloquência, mas isso, evidentemente, é uma questão paralela e, para mais, uma competição em que nunca entrei, nem nunca irei entrar.
Para finalizar, a Carla disse uma coisa acertada num dos comments: as acções ficam com quem as pratica. A desonestidade, neste caso, fica com a Carla e ficará enquanto ela continuar a tentar desviar as discussões para duelos retóricos que não têm nada que ver com o essencial da questão.
O essencial, repito-o, é isto: violação de direitos constitucionalmente consagrados, violação das leis do trabalho, arbitrariedade a toda a prova. Nunca li uma palavra da Carla sobre estas questões. Aí sim, a Carla teria dado um contributo válido para a discussão. Não sabe o que se passa? Das duas uma: ou não diz nada (o que é do mais puro bom senso quando não conhecemos as situações), ou faz perguntas o que, vindo de uma jornalista, seria a atitude mais lógica e, essencialmente, a mais honesta.
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Quem tiver lido os comments do post "Rumo ao abismo", já terá reparado que, nos mesmos, surgiu uma discussão entre mim e a "mente despenteada" ou, pondo os nomes às pessoas, a Carla Teixeira. Não costumo escrever posts a propósito de discussões surgidas nos comments mas, neste caso, parece-me importante esclarecer alguns pontos importantes.
Quem me conhece sabe perfeitamente que eu não tenho a mania que tenho sempre razão. A Carla não me conhece e, assim sendo, faz essa dedução no primeiro instante em que a mesma lhe é conveniente. Se me conhecesse, nunca faria essa dedução.
A Carla, por outro lado, acha que é uma atitude cobarde da minha parte pedir-lhe para ela não pôr mais comments neste blog. Como qualquer pessoa inteligente compreenderá, se os comments da Carla me fizessem muita confusão, teria bom remédio: apagava-os. Porém, como é evidente, já ficou bem claro que comments apagados só aqueles em que a linguagem é ordinária. Não é o caso da Carla. Portanto, esse meu pedido expressava apenas a minha vontade de não embarcar, conforme já explicitei, em discussões que são intelectualmente desonestas. Agora, parece-me, será importante explicar onde é que reside essa desonestidade. Vamos por pontos:
A Carla não quer que se pense que aqui falamos da redacção em que ela trabalha. O mesmo aconteceu com o Filinto. Conforme escrevi nessa altura, ninguém se refere à redacção em que, tanto um como o outro, trabalham. Porém, a Carla é desonesta quando quer fazer passar a ideia de que se tratam de duas empresas completamente diferentes. Não é o caso. Os suplementos da PJPub são distribuídos, gratuitamente, com a edição do dia do PJ. Mais, muitas vezes as publireportagens aparecem no próprio corpo do jornal, sem estarem devidamente identificadas. Mais, a Carla sabe que, até há uns meses atrás, as instalações dos dois departamentos (e é disso que se trata, departamentos diferentes, não falamos de empresas diferentes) eram contíguas e, curiosamente, as pessoas que trabalhavam num e noutro departamento eram pagas pela mesma, agora assim, empresa. A Carla é desonesta porque tenta passar uma ideia semelhante a esta: nós falaríamos em "Notícias" (exemplo alietório) e ela, se fosse jornalista do JN, faria questão de vincar que seria o DN que aqui estaria em questão. Ora, a Carla sabe-o bem, as coisas não são assim.
Repare-se que nunca critiquei quem trabalha no corpo do PJ. Não gosto do jornal, acho que é superficial na forma como trata as notícias, acho que é chato (o que é mais grave tendo em conta que, como já referi, é superficial), não tem brilho. Tem História, isso é certo, mas também é certo que, olhando para o PJ hoje em dia, essa História é, meramente, uma questão cronológica. Como é claro, esta é apenas a minha opinião e, como eu até nem acho que tenha sempre razão, aceito perfeitamente que existam outras. Agora, não está em causa o trabalho de este ou daquele profissional. Eu não gosto, enquanto leitor, do PJ, é só isso.
A Carla não sabe dos factos que têm sido relatados neste blog? É estranho porque não conheço local em que os boatos circulem com mais rapidez do que no PJ. Mas pode ser verdade, admito-o. No entanto, se não sabe, é desonesta quando entra na discussão tentanto tornar secundários factos que, ela mesma o afirma, desconhece. Porque não existe desonestidade pessoal maior do que ler este blog, ler as injustiças que foram cometidas às mais diversas pessoas, e, fazendo de conta que as mesmas não existem, deixar aqui comentários em que revela uma obsessão maníaca com erros ortográficos, em que faz questão de dizer, apenas, que se tratam de empresas diferentes. O que, aliás, conforme já referi, é, no mínimo, uma inexactidão muito grande. Porque se a Carla fosse intelectualmente mais honesta (reforço a palavra "intelectualmente"), saberia que a proibição de manter contactos com pessoas do "Comércio do Porto", o não pagar 14 dias de trabalho a uma jornalista, o não pagar mais de vinte dias do trabalho dos meus colegas que foram despedidos, essas sim, essas são as verdadeiras questões. Como eu acho que a Carla não é burra, aliás já o demonstrou, só posso concluir que contornar essas questões é um acto de desonestidade intelectual. Mais, aconselhar pessoas a visitar "blogs mais optimistas" é tentar detractar este blog, querendo passar a ideia de que aqui só se escrevem mentiras e, crime maior, mentiras pessimistas. A Carla, uma vez mais, é desonesta. Porque a Carla seria honesta se revelasse preocupação com os factos, aqui denunciados, que acima mencionei. Mas a Carla, que eu não conheço, e que admito que, em termos pessoais, seja uma pessoa honesta, entrou nestas discussões com a maior desonestidade possível: utilizar a inteligência para fazer valer pontos numa discussão em que, logo à partida, sabe que não tem razão. Se não sabe, fica por explicar porque é que entrou na supramencionada discussão. De qualquer forma, já expliquei porque é que a considero intelectualmente desonesta: é que podemos passar aqui dias a ver quem é que tem mais eloquência, mas isso, evidentemente, é uma questão paralela e, para mais, uma competição em que nunca entrei, nem nunca irei entrar.
Para finalizar, a Carla disse uma coisa acertada num dos comments: as acções ficam com quem as pratica. A desonestidade, neste caso, fica com a Carla e ficará enquanto ela continuar a tentar desviar as discussões para duelos retóricos que não têm nada que ver com o essencial da questão.
O essencial, repito-o, é isto: violação de direitos constitucionalmente consagrados, violação das leis do trabalho, arbitrariedade a toda a prova. Nunca li uma palavra da Carla sobre estas questões. Aí sim, a Carla teria dado um contributo válido para a discussão. Não sabe o que se passa? Das duas uma: ou não diz nada (o que é do mais puro bom senso quando não conhecemos as situações), ou faz perguntas o que, vindo de uma jornalista, seria a atitude mais lógica e, essencialmente, a mais honesta.
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quinta-feira, maio 27, 2004
Notas Soltas...
1. À conta de alguns comentários que têm vindo a ser depositados neste Diário, tenho passado alguns momentos de boa disposição. Farto-me de rir com alguns deles, acreditem. Porque sei que há ainda pessoas que se julgam o supra-sumo da sabedoria. Que elas pensem ou idealizem o jornalismo como personificado num jornalista de elevado gabarito, isso é lá com elas; que elas ainda tenham ilusões que um jornalista é aquele que "como ocupação principal, permanente e remunerada, exercem funções de pesquisa, recolha, selecção e tratamento de factos, notícias ou opiniões, através de texto, imagem ou som, destinados a divulgação informativa pela imprensa, por agência noticiosa, pela rádio, pela televisão ou por outra forma de difusão electrónica", isso também é lá com elas.
Agora, virem para aqui falar do que não percebem e do que não sabem, melhor dizendo, falar do que percebem e do que sabem, mas que os seus cérebros tentam renegar, isso já é outra conversa. Principalmente vindo de alguém que até pensa estar a fazer um trabalho fabuloso. Mas se essa pessoa gosta e, pior ainda, quer continuar a ser enganada, isso são outras histórias e é lá com ela.
Mais gravoso ainda, é vir para aqui escrever que nós dissemos o que nunca foi dito, ou que nós fizemos o que nunca foi feito.
2. Agastada. Gosto desta expressão e, principalmente, pelo facto de, ela ter sido associada, por um comentário, a uma certa senhora. Sim, para mim, essa pessoa é uma senhora; que teve o azar de estar onde está hoje e que não pode fazer aquilo que, realmente quer fazer, porque há outros que mandam nela. Existe um nome para isto, não existe?
E essa senhora teve, também, outro azar: o de dizer o que disse, a quem e no dia que o disse, sem ser autorizada pelos senhores que mandam nela, a dize-lo. Caramba, eu sei que há um nome para isto!!!
E é tão velhinho aquele ditado que diz que, "Quem ri por último, ri melhor..."
3. Já aqui foi dito que, nem eu, nem os meus dois colegas, recebemos qualquer carta de despedimento. Também foi dito que fomos despedidos verbalmente; e também já se disse que não recebemos os vencimentos em atraso correspondentes ao último mês de trabalho. E, por último, também se disse que as cartinhas que enviámos a solicitar as cartas de despedimento, vieram devolvidas. O que não deixa de ser normal. Nem nós esperaríamos o contrário. Experimente o sábio leitor enviar uma carta registada para este "diário nortenho de referência em Portugal". Vai ter o mesmo sucesso que nós porque, neste "diário nortenho de referência em Portugal", não se aceita correio registado. Modernices? Novas tendências? Não. Sempre assim foi e sempre assim será porque, o que é importante tem que ser enviado registado e, se se recebe algo importante, é porque vai dar bronca. E, neste "diário nortenho de referência em Portugal", as broncas são para se evitar.
4. Fomos informados, também verbalmente, de que nos seria instaurado um processo de difamação; isso também já se disse. O estranho é que, um mês volvido e ainda ninguém tenha sido intimado pelo Ministério Público. Ora, o ridículo da questão é que, quem tem motivos para processar quem quer que seja, somos nós e não eles. Nós é que fomos despedidos; nós é que fomos privados do ordenado; foi contra nós que agiram de má fé.
A propósito, leio na edição da revista Visão, com a fotografia do Carlos Cruz a caminho de casa, um direito de resposta, assinado pelo realizador António-Pedro Vasconcelos. Sob o título "O Fifaca" A-P V escreve que "... às calúnias responde-se com os tribunais, com o desprezo ou com um par de estalos. Deixo ao meu humor vagabundo a decisão sobre qual destas formas de retaliação me trará mais prazer e menos incómodo". Faço minhas, as palavras do realizador, não esquecendo contudo, aquilo que por mim, aqui já foi proferido inúmeras vezes: Nada tenho a perder.
E fico-me por aqui. Mas só por agora...
Agora, virem para aqui falar do que não percebem e do que não sabem, melhor dizendo, falar do que percebem e do que sabem, mas que os seus cérebros tentam renegar, isso já é outra conversa. Principalmente vindo de alguém que até pensa estar a fazer um trabalho fabuloso. Mas se essa pessoa gosta e, pior ainda, quer continuar a ser enganada, isso são outras histórias e é lá com ela.
Mais gravoso ainda, é vir para aqui escrever que nós dissemos o que nunca foi dito, ou que nós fizemos o que nunca foi feito.
2. Agastada. Gosto desta expressão e, principalmente, pelo facto de, ela ter sido associada, por um comentário, a uma certa senhora. Sim, para mim, essa pessoa é uma senhora; que teve o azar de estar onde está hoje e que não pode fazer aquilo que, realmente quer fazer, porque há outros que mandam nela. Existe um nome para isto, não existe?
E essa senhora teve, também, outro azar: o de dizer o que disse, a quem e no dia que o disse, sem ser autorizada pelos senhores que mandam nela, a dize-lo. Caramba, eu sei que há um nome para isto!!!
E é tão velhinho aquele ditado que diz que, "Quem ri por último, ri melhor..."
3. Já aqui foi dito que, nem eu, nem os meus dois colegas, recebemos qualquer carta de despedimento. Também foi dito que fomos despedidos verbalmente; e também já se disse que não recebemos os vencimentos em atraso correspondentes ao último mês de trabalho. E, por último, também se disse que as cartinhas que enviámos a solicitar as cartas de despedimento, vieram devolvidas. O que não deixa de ser normal. Nem nós esperaríamos o contrário. Experimente o sábio leitor enviar uma carta registada para este "diário nortenho de referência em Portugal". Vai ter o mesmo sucesso que nós porque, neste "diário nortenho de referência em Portugal", não se aceita correio registado. Modernices? Novas tendências? Não. Sempre assim foi e sempre assim será porque, o que é importante tem que ser enviado registado e, se se recebe algo importante, é porque vai dar bronca. E, neste "diário nortenho de referência em Portugal", as broncas são para se evitar.
4. Fomos informados, também verbalmente, de que nos seria instaurado um processo de difamação; isso também já se disse. O estranho é que, um mês volvido e ainda ninguém tenha sido intimado pelo Ministério Público. Ora, o ridículo da questão é que, quem tem motivos para processar quem quer que seja, somos nós e não eles. Nós é que fomos despedidos; nós é que fomos privados do ordenado; foi contra nós que agiram de má fé.
A propósito, leio na edição da revista Visão, com a fotografia do Carlos Cruz a caminho de casa, um direito de resposta, assinado pelo realizador António-Pedro Vasconcelos. Sob o título "O Fifaca" A-P V escreve que "... às calúnias responde-se com os tribunais, com o desprezo ou com um par de estalos. Deixo ao meu humor vagabundo a decisão sobre qual destas formas de retaliação me trará mais prazer e menos incómodo". Faço minhas, as palavras do realizador, não esquecendo contudo, aquilo que por mim, aqui já foi proferido inúmeras vezes: Nada tenho a perder.
E fico-me por aqui. Mas só por agora...
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sexta-feira, maio 21, 2004
Rumo ao Abismo
Não deixa de ser curioso que, até ao momento, os meus três colegas despedidos não tenham recebido uma carta a dar-lhes conta das razões desse despedimento. Foram despedidos verbalmente, foram verbalmente informados de que iriam ser processados e, verbalmente, ficaram a saber que não iriam receber o vencimento do mês de Abril. Mais curioso ainda é o facto de terem enviado cartas registadas com aviso de recepção (orientados pelo IDICT) a solicitar que lhes fossem comunicadas, por escrito,as razões do seu despedimento. As cartas foram devolvidas. Numa empresa normal, quando um empregado é despedido com justa causa (segundo a óptica da empresa), as razões da mesma têm que ser comunicadas ao funcionário. No PJPub, pelos vistos, a lei deve ser diferente. Freitas diz, a questão está arrumada. Meu Deus, será que esta gente ainda acredita que seria possível as coisas resolverem-se dessa forma?... Se o respeito pela legalidade é um valor que fica bem a qualquer pessoa, a capacidade de avaliar correctamente as situações (que é um dos vectores em que a inteligência se manifesta) também não fica mal a ninguém. Agora, nem toda a gente tem estas duas capacidades... E, pelo que tenho visto em todo o processo que se iniciou no despedimento dos meus três colegas, também existe gente que não tem nem uma nem outra... "Confiantes eles caminham, de olhos vendados, rumo ao abismo" (como é lógico, não é aos meus colegas que me refiro)...
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Não deixa de ser curioso que, até ao momento, os meus três colegas despedidos não tenham recebido uma carta a dar-lhes conta das razões desse despedimento. Foram despedidos verbalmente, foram verbalmente informados de que iriam ser processados e, verbalmente, ficaram a saber que não iriam receber o vencimento do mês de Abril. Mais curioso ainda é o facto de terem enviado cartas registadas com aviso de recepção (orientados pelo IDICT) a solicitar que lhes fossem comunicadas, por escrito,as razões do seu despedimento. As cartas foram devolvidas. Numa empresa normal, quando um empregado é despedido com justa causa (segundo a óptica da empresa), as razões da mesma têm que ser comunicadas ao funcionário. No PJPub, pelos vistos, a lei deve ser diferente. Freitas diz, a questão está arrumada. Meu Deus, será que esta gente ainda acredita que seria possível as coisas resolverem-se dessa forma?... Se o respeito pela legalidade é um valor que fica bem a qualquer pessoa, a capacidade de avaliar correctamente as situações (que é um dos vectores em que a inteligência se manifesta) também não fica mal a ninguém. Agora, nem toda a gente tem estas duas capacidades... E, pelo que tenho visto em todo o processo que se iniciou no despedimento dos meus três colegas, também existe gente que não tem nem uma nem outra... "Confiantes eles caminham, de olhos vendados, rumo ao abismo" (como é lógico, não é aos meus colegas que me refiro)...
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segunda-feira, maio 17, 2004
As Férias
As férias são um direito de todos os trabalhadores. Direitos de trabalhadores no "feudo" de José Freitas. Esta última frase é uma contradição em termos.
Depois de trabalhar no Janeiro durante nove meses, fui agraciado com a hipótese de, ao completar 12 meses de serviço efectivo, gozar uma semana de férias... Eu julgava que deveriam ser 22 dias úteis... E deveriam. Mas existem locais em que a lei, se não é a do mais forte, ainda é a daquele que pensa que é mais forte, e que conta com a subserviência de muitos para perpetuar essa forma tirânica, e ilegal, de ser patrão.
Não fui caso único. Aliás, poucas pessoas gozavam o número de dias de férias que a lei preconiza. Mais gritante ainda, foi o facto de que os meus colegas que entraram no final de Janeiro, só iriam gozar de férias no ano seguinte. Ou seja, trabalhariam 15 meses para poderem usufruir de uns dias de descanso. É claro que podiam insurgir-se contra esta arbitrariedade. Aliás, houve uma jornalista que o fez e, pasme-se, gozou duas semanas de férias. No entanto, cerca de um mês depois de ter regressado ao trabalho, foi despedida... Isto, claro, pode ou não ter um nexo de causalidade... É aquela história: no creo en brujas, pero que las hay, las hay...
Pela minha parte, uma vez que me despedi antes dessa semana gentilmente cedida por José Freitas, acabei por não ter que me insurgir contra nada.
Mas agora, penso que importa denunciar esta situação. Isto são violações claras da lei do trabalho. São práticas ilegais e, como tal, devem ser legalmente punidas. Para que, no futuro, as coisas mudem. Para que, no futuro, as pessoas compreendam que os seus direitos não dependem, nunca, da boa ou dá má disposição do patrão. É claro que já todos sabemos isto. Só o sr. José Freitas, pelos vistos, ainda há um ano parecia não saber.
Tem que aprender. É um direito elementar de todos os trabalhadores. E se, por acaso, não o conseguir aprender, então deverá procurar uma ocupação profissional que não o leve, com uma frequência assustadora, a cair em actos que, para além de ditatoriais, para além de fazerem lembrar os tempos idos da revolução industrial, são, acima de tudo, ilegais. E, Sr. José Freitas, quem comete actos ilegais, deve ser legalmente punido. Nesta frase, note-se, não existe nenhuma contradição em termos...
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As férias são um direito de todos os trabalhadores. Direitos de trabalhadores no "feudo" de José Freitas. Esta última frase é uma contradição em termos.
Depois de trabalhar no Janeiro durante nove meses, fui agraciado com a hipótese de, ao completar 12 meses de serviço efectivo, gozar uma semana de férias... Eu julgava que deveriam ser 22 dias úteis... E deveriam. Mas existem locais em que a lei, se não é a do mais forte, ainda é a daquele que pensa que é mais forte, e que conta com a subserviência de muitos para perpetuar essa forma tirânica, e ilegal, de ser patrão.
Não fui caso único. Aliás, poucas pessoas gozavam o número de dias de férias que a lei preconiza. Mais gritante ainda, foi o facto de que os meus colegas que entraram no final de Janeiro, só iriam gozar de férias no ano seguinte. Ou seja, trabalhariam 15 meses para poderem usufruir de uns dias de descanso. É claro que podiam insurgir-se contra esta arbitrariedade. Aliás, houve uma jornalista que o fez e, pasme-se, gozou duas semanas de férias. No entanto, cerca de um mês depois de ter regressado ao trabalho, foi despedida... Isto, claro, pode ou não ter um nexo de causalidade... É aquela história: no creo en brujas, pero que las hay, las hay...
Pela minha parte, uma vez que me despedi antes dessa semana gentilmente cedida por José Freitas, acabei por não ter que me insurgir contra nada.
Mas agora, penso que importa denunciar esta situação. Isto são violações claras da lei do trabalho. São práticas ilegais e, como tal, devem ser legalmente punidas. Para que, no futuro, as coisas mudem. Para que, no futuro, as pessoas compreendam que os seus direitos não dependem, nunca, da boa ou dá má disposição do patrão. É claro que já todos sabemos isto. Só o sr. José Freitas, pelos vistos, ainda há um ano parecia não saber.
Tem que aprender. É um direito elementar de todos os trabalhadores. E se, por acaso, não o conseguir aprender, então deverá procurar uma ocupação profissional que não o leve, com uma frequência assustadora, a cair em actos que, para além de ditatoriais, para além de fazerem lembrar os tempos idos da revolução industrial, são, acima de tudo, ilegais. E, Sr. José Freitas, quem comete actos ilegais, deve ser legalmente punido. Nesta frase, note-se, não existe nenhuma contradição em termos...
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sexta-feira, maio 14, 2004
Capítulo II - Fall From Grace
Eu de, de facto, estava errado... No entanto, demorei alguns dias a compreender em que consistia o meu trabalho. Confesso a minha ingenuidade quando fui fazer a primeira entrevista. Recordo-me perfeitamente que era sobre a Liga TMN de Basquetebol e era com o presidente da câmara de Oliveira de Azeméis. Fui com um cromo (percebem agora que não é ofensivo? A pessoa a quem eu me estou a referir sabe que é dela que falo e, estou certo, não se está a sentir insultada pela utilização deste termo) e, confesso, estava intrigado quanto às funções que aquela pessoa desempenhava no jornal. Fotógrafo não podia ser, uma vez que eu levava a máquina. Assim, estava inclinado para a hipótese de se tratar de um jornalista mais velho. Como quem tem boca vai a Roma, perguntei-lhe se ele também era jornalista. Disse-me que não, que era delegado comercial. Fiquei um bocado baralhado. Mas afinal porque é que ele ia comigo? Pensei um pouco no assunto e concluí que, como é evidente, se tratava de vender publicidade. No entanto, ainda me encontrava longe de compreender o mecanismo de funcionamento dos cadernos. Julgava que o "Janeiro" fazia cadernos e, depois, os delegados comerciais tentavam encontrar patrocínios para os mesmos. Ainda não compreendera que a entrevista, na grande maioria dos casos, estava dependente da existência de um contrato publicitário.
Recordo-me que nesses dias me esforçava para que os meus textos ficassem muito bons. Depois, com o tempo, isso deixou de acontecer. Deixou de acontecer porque, como é evidente, não interessava nada a qualidade dos textos. A única coisa que contava era o "ok" do cliente. E, precisamente, foi devido ao "ok" do cliente que eu compreendi em que consistia o nosso trabalho. Ainda o compreendi a tempo de fazer alguma figurinha triste, como da vez em que estive quase a propôr entrevistas para um caderno sobre o "Dia Mundial da Arquitectura". Que haveria eu de fazer? Nessa altura ainda não sabia que, ali, não fazia sentido propôr entrevistas. Contratos publicitários, isso sim.
Compreendi-o quando, precisamente no que toca à entrevista ao presidente da câmara de Oliveira de Azeméis, tive que enviar o texto para ver se existiam correcções a fazer. O pedir correcções pareceu-me, per si, estranho mas, ainda assim, pensei que fosse uma qualquer forma de gentileza... A pessoa a quem eu tinha enviado as correcções telefonou-me a dizer que estava tudo ok. Passados uns minutos, a "Raínha do chega às 6 e dá de frosques" perguntou-me se já tinham chegado as correcções. Eu disse que estava tudo bem, a pessoa tinha falado comigo pelo telefone não havia alterações a fazer. "Tem que vir sempre um «ok» por escrito", respondeu-me. Nesse momento, recordei a conversa que tivera com o cromercial no caminho para Oliveira de Azeméis, recordei uma entrevista que, estranhamente, não se realizara e tudo começava a fazer sentido.
A partir deste momento, eu passara a estar lúcido. Incrédulo mas, ainda assim, lúcido... Ou, pelo menos, assim pensava eu...
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Eu de, de facto, estava errado... No entanto, demorei alguns dias a compreender em que consistia o meu trabalho. Confesso a minha ingenuidade quando fui fazer a primeira entrevista. Recordo-me perfeitamente que era sobre a Liga TMN de Basquetebol e era com o presidente da câmara de Oliveira de Azeméis. Fui com um cromo (percebem agora que não é ofensivo? A pessoa a quem eu me estou a referir sabe que é dela que falo e, estou certo, não se está a sentir insultada pela utilização deste termo) e, confesso, estava intrigado quanto às funções que aquela pessoa desempenhava no jornal. Fotógrafo não podia ser, uma vez que eu levava a máquina. Assim, estava inclinado para a hipótese de se tratar de um jornalista mais velho. Como quem tem boca vai a Roma, perguntei-lhe se ele também era jornalista. Disse-me que não, que era delegado comercial. Fiquei um bocado baralhado. Mas afinal porque é que ele ia comigo? Pensei um pouco no assunto e concluí que, como é evidente, se tratava de vender publicidade. No entanto, ainda me encontrava longe de compreender o mecanismo de funcionamento dos cadernos. Julgava que o "Janeiro" fazia cadernos e, depois, os delegados comerciais tentavam encontrar patrocínios para os mesmos. Ainda não compreendera que a entrevista, na grande maioria dos casos, estava dependente da existência de um contrato publicitário.
Recordo-me que nesses dias me esforçava para que os meus textos ficassem muito bons. Depois, com o tempo, isso deixou de acontecer. Deixou de acontecer porque, como é evidente, não interessava nada a qualidade dos textos. A única coisa que contava era o "ok" do cliente. E, precisamente, foi devido ao "ok" do cliente que eu compreendi em que consistia o nosso trabalho. Ainda o compreendi a tempo de fazer alguma figurinha triste, como da vez em que estive quase a propôr entrevistas para um caderno sobre o "Dia Mundial da Arquitectura". Que haveria eu de fazer? Nessa altura ainda não sabia que, ali, não fazia sentido propôr entrevistas. Contratos publicitários, isso sim.
Compreendi-o quando, precisamente no que toca à entrevista ao presidente da câmara de Oliveira de Azeméis, tive que enviar o texto para ver se existiam correcções a fazer. O pedir correcções pareceu-me, per si, estranho mas, ainda assim, pensei que fosse uma qualquer forma de gentileza... A pessoa a quem eu tinha enviado as correcções telefonou-me a dizer que estava tudo ok. Passados uns minutos, a "Raínha do chega às 6 e dá de frosques" perguntou-me se já tinham chegado as correcções. Eu disse que estava tudo bem, a pessoa tinha falado comigo pelo telefone não havia alterações a fazer. "Tem que vir sempre um «ok» por escrito", respondeu-me. Nesse momento, recordei a conversa que tivera com o cromercial no caminho para Oliveira de Azeméis, recordei uma entrevista que, estranhamente, não se realizara e tudo começava a fazer sentido.
A partir deste momento, eu passara a estar lúcido. Incrédulo mas, ainda assim, lúcido... Ou, pelo menos, assim pensava eu...
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quarta-feira, maio 12, 2004
Almoço de Confraternização
Convidam-se todos os jornalistas (uns, preferem chamar-nos tarefeiros; outros, angariadores de publicidade), a estar presentes num almoço de confraternização, a ocorrer, brevemente, no Café da Manela. Afinal de contas, quem é que não sabe onde é o café da Manela, não é???
Este convite é extensível aos actuais jornalistas deste "diário nortenho de referência", sem esquecer, contudo, os mais de duas dezenas de profissionais que por lá passaram nestes últimos anos.
Mais do que saber o que é feito de cada um de nós, este encontro servirá, ainda, para relembrarmos velhos momentos, contarmos pequenas histórias e/ou grandes estórias.
Os interessados deverão contactar via e-mail, qualquer um dos intervenientes neste blog.
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Este convite é extensível aos actuais jornalistas deste "diário nortenho de referência", sem esquecer, contudo, os mais de duas dezenas de profissionais que por lá passaram nestes últimos anos.
Mais do que saber o que é feito de cada um de nós, este encontro servirá, ainda, para relembrarmos velhos momentos, contarmos pequenas histórias e/ou grandes estórias.
Os interessados deverão contactar via e-mail, qualquer um dos intervenientes neste blog.
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domingo, maio 09, 2004
Capítulo I - A entrevista
Um dia, li no JN um anúncio em que se pediam jornalistas. Resolvi enviar o meu cv e, passado algum tempo, telefonaram-me a perguntar se eu podia ir na data x à Rua das Oliveirinhas para uma entrevista. Fiquei bastante feliz pois já há algum tempo que não fazia aquilo que mais gostava de fazer: jornalismo.
Quando cheguei à morada indicada, tive que fazer um teste (escrever um texto partindo de uma entrevista audio). O teste correu-me bastante bem e, tirando algum nervosismo que sempre sinto em alturas importantes, senti-me imediatamente confiante de que iria conseguir ficar a trabalhar no "Janeiro". Preocupava-me, apenas, que pudesse pesar o factor C, dado que eu não tinha cunha nenhuma.
Tive que aguardar cerca de 1h, nas escadas, a chegada do Sr. José Freitas, o - segundo me disseram - responsável pelo departamento. É claro que eu não sabia em que departamento estava e como, para todos os efeitos, estava num jornal, pensei que ia falar com o responsável editorial. É que, mesmo antes de fazer o teste, tivera uma conversa breve com a editora que, sucintamente, me explicara que o trabalho consistia na redacção de artigos para, palavras da mesma, "suplementos temáticos". Talvez tivesse sido ingenuidade minha, mas a verdade é que, nem por um momento apenas, a palavra publicidade foi mencionada e, assim sendo, não pensei sequer em publi-reportagens. Aliás, nem sabia que isso existia. Ignorância? Provavelmente. Mas realidade ainda assim. Tanto que, durante o tempo em que estive à espera, via os "cromos" de um lado para o outro e pensei que eram jornalistas. Só alguns dias mais tarde compreendi quem eram e que departamento era aquele.
Entretanto, o Sr. José Freitas chegou e eu entrei no seu gabinete. Não tive, logo à partida, uma boa impressão dessa pessoa. É verdade que não foi, de todo, incorrecto para mim, mas havia algo na forma como interrompia as minhas frases, como parecia não ouvir o que eu dizia, que me lembrava a palavra prepotência. Disse-me que tinha que ter disponibilidade total (tudo bem) e muita vontade de trabalhar (tudo bem, também). Explicou-me que, por vezes, não existiam horários, mais isso já eu sabia fazer parte da profissão. Falou-me em valores. Achei-os um pouco baixos mas, da forma como o mercado estava (e ainda está), pareceu-me que podia viver com alguma exploração. Aliás, mesmo fora da actividade jornalística, isso era o mais usual no nosso país. Sabia-o por experiência própria. Por outro lado, disse-me ainda que esse valor se manteria durante três meses, findos os quais, caso estivessem satisfeitos com o meu trabalho, passaria a usufruir de um contrato de trabalho e, também, de um aumento de ordenado. Escusado será dizer que trabalhei ali durante nove meses e nunca vi contrato nenhum. Por outro lado, o meu ordenado foi sempre o mesmo, salvo os descontos que me eram feitos nos dias em que me atrasava. Um minuto depois das dez, já não encontrava a folha de ponto. Não encontrava a folha de ponto, tinha falta. Tinha falta, descontavam-me um dia de trabalho. Mas, infelizmente, não podia ir para casa porque, se o fizesse, seria despedido. Era, de facto, uma boa forma de ter alguém a trabalhar de graça. Graças a deus, era política da casa, não era nenhum mimo especialmente dedicado a mim.
A parte da entrevista que mais gostei foi aquela em que o Sr. José Freitas disse que o "Janeiro quer formar jornalistas à nossa imagem", formar profissionais competentes. Agora, olhando para trás, é evidente a alusão ao "O Primeiro de Janeiro" enquanto formador de gerações de jornalistas portuenses, alusão essa seguramente destinada a criar deambulações irreais na mente do entrevistado. No entanto, nessa altura, recordo-o perfeitamente, não fiquei muito impressionado com essa frase. Pareceu-me conversa de chacha... E era, eu estava certo.
Finda a entrevista, o momento chave dá-se quando eu, mesmo antes de sair do gabinete, já com a indicação de esperar nas próximas horas por um telefonema do Janeiro, peço ao Sr. José Freitas para, mesmo não sendo seleccionado, receber um telefonema a dar-me conta disso. Simplesmente, preferia saber do que andar dias à espera de um telefonema que poderia nunca chegar. O Sr. José Freitas deve ter gostado desta minha frase pois pediu-me para aguardar um momento, chamou a editora, fecharam-se no gabinete durante cerca de 30 segundos (o tempo para ele lhe perguntar se ela, mediante o teste que eu fizera, aconselhava a minha contratação) e pediu-me para entrar novamente, dando-me a novidade de que poderia começar a trabalhar no dia seguinte. Fiquei radiante, saí feliz para esse final de tarde, telefonei às pessoas queridas dando-lhes a boa nova... Como eu estava errado...
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Um dia, li no JN um anúncio em que se pediam jornalistas. Resolvi enviar o meu cv e, passado algum tempo, telefonaram-me a perguntar se eu podia ir na data x à Rua das Oliveirinhas para uma entrevista. Fiquei bastante feliz pois já há algum tempo que não fazia aquilo que mais gostava de fazer: jornalismo.
Quando cheguei à morada indicada, tive que fazer um teste (escrever um texto partindo de uma entrevista audio). O teste correu-me bastante bem e, tirando algum nervosismo que sempre sinto em alturas importantes, senti-me imediatamente confiante de que iria conseguir ficar a trabalhar no "Janeiro". Preocupava-me, apenas, que pudesse pesar o factor C, dado que eu não tinha cunha nenhuma.
Tive que aguardar cerca de 1h, nas escadas, a chegada do Sr. José Freitas, o - segundo me disseram - responsável pelo departamento. É claro que eu não sabia em que departamento estava e como, para todos os efeitos, estava num jornal, pensei que ia falar com o responsável editorial. É que, mesmo antes de fazer o teste, tivera uma conversa breve com a editora que, sucintamente, me explicara que o trabalho consistia na redacção de artigos para, palavras da mesma, "suplementos temáticos". Talvez tivesse sido ingenuidade minha, mas a verdade é que, nem por um momento apenas, a palavra publicidade foi mencionada e, assim sendo, não pensei sequer em publi-reportagens. Aliás, nem sabia que isso existia. Ignorância? Provavelmente. Mas realidade ainda assim. Tanto que, durante o tempo em que estive à espera, via os "cromos" de um lado para o outro e pensei que eram jornalistas. Só alguns dias mais tarde compreendi quem eram e que departamento era aquele.
Entretanto, o Sr. José Freitas chegou e eu entrei no seu gabinete. Não tive, logo à partida, uma boa impressão dessa pessoa. É verdade que não foi, de todo, incorrecto para mim, mas havia algo na forma como interrompia as minhas frases, como parecia não ouvir o que eu dizia, que me lembrava a palavra prepotência. Disse-me que tinha que ter disponibilidade total (tudo bem) e muita vontade de trabalhar (tudo bem, também). Explicou-me que, por vezes, não existiam horários, mais isso já eu sabia fazer parte da profissão. Falou-me em valores. Achei-os um pouco baixos mas, da forma como o mercado estava (e ainda está), pareceu-me que podia viver com alguma exploração. Aliás, mesmo fora da actividade jornalística, isso era o mais usual no nosso país. Sabia-o por experiência própria. Por outro lado, disse-me ainda que esse valor se manteria durante três meses, findos os quais, caso estivessem satisfeitos com o meu trabalho, passaria a usufruir de um contrato de trabalho e, também, de um aumento de ordenado. Escusado será dizer que trabalhei ali durante nove meses e nunca vi contrato nenhum. Por outro lado, o meu ordenado foi sempre o mesmo, salvo os descontos que me eram feitos nos dias em que me atrasava. Um minuto depois das dez, já não encontrava a folha de ponto. Não encontrava a folha de ponto, tinha falta. Tinha falta, descontavam-me um dia de trabalho. Mas, infelizmente, não podia ir para casa porque, se o fizesse, seria despedido. Era, de facto, uma boa forma de ter alguém a trabalhar de graça. Graças a deus, era política da casa, não era nenhum mimo especialmente dedicado a mim.
A parte da entrevista que mais gostei foi aquela em que o Sr. José Freitas disse que o "Janeiro quer formar jornalistas à nossa imagem", formar profissionais competentes. Agora, olhando para trás, é evidente a alusão ao "O Primeiro de Janeiro" enquanto formador de gerações de jornalistas portuenses, alusão essa seguramente destinada a criar deambulações irreais na mente do entrevistado. No entanto, nessa altura, recordo-o perfeitamente, não fiquei muito impressionado com essa frase. Pareceu-me conversa de chacha... E era, eu estava certo.
Finda a entrevista, o momento chave dá-se quando eu, mesmo antes de sair do gabinete, já com a indicação de esperar nas próximas horas por um telefonema do Janeiro, peço ao Sr. José Freitas para, mesmo não sendo seleccionado, receber um telefonema a dar-me conta disso. Simplesmente, preferia saber do que andar dias à espera de um telefonema que poderia nunca chegar. O Sr. José Freitas deve ter gostado desta minha frase pois pediu-me para aguardar um momento, chamou a editora, fecharam-se no gabinete durante cerca de 30 segundos (o tempo para ele lhe perguntar se ela, mediante o teste que eu fizera, aconselhava a minha contratação) e pediu-me para entrar novamente, dando-me a novidade de que poderia começar a trabalhar no dia seguinte. Fiquei radiante, saí feliz para esse final de tarde, telefonei às pessoas queridas dando-lhes a boa nova... Como eu estava errado...
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sábado, maio 08, 2004
Ser Jornalista é...
Tenho-me vindo a interrogar acerca da profissão de jornalista. O que é, de facto, um jornalista? Segundo o Estatuto do Jornalista (Lei n.º 1/99 de 13 de Janeiro), "São considerados jornalistas aqueles que, como ocupação principal, permanente e remunerada, exercem funções de pesquisa, recolha, selecção e tratamento de factos, notícias ou opiniões, através de texto, imagem ou som, destinados a divulgação informativa pela imprensa, por agência noticiosa, pela rádio, pela televisão ou por outra forma de difusão electrónica".
Diz, ainda o n.º 2 do artigo 1º deste mesmo diploma que, "Não constitui actividade jornalística o exercício de funções referidas no número anterior quando desempenhadas ao serviço de publicações de natureza predominantemente promocional, ou cujo objecto específico consista em divulgar, publicitar ou por qualquer forma dar a conhecer instituições, empresas, produtos ou serviços, segundo critérios de oportunidade comercial ou industrial".
Ora, fazendo uma avaliação daquilo que fiz nos últimos dois anos e dois meses, foi precisamente este (o n.º 2), o meu trabalho ao serviço deste "magno diário nortenho".
Contudo, e como se o que fiz não bastasse e/ou fosse suficiente para incrementar o meu Curriculum Vitae, perdi meia hora do meu precioso tempo a compilar e a reunir na minha mente, tudo aquilo que fiz e/ou desempenhei.
Comecemos pela fotografia. Sim, era eu que tirava todas as fotografias que ilustravam as minhas "reportagens" e, verdade seja dita, captei excelentes fotografias; muitas delas, muito mal empregues para as publicações onde sairam.
Em segundo lugar, e ainda relacionado com a fotografia, muitas vezes fui eu ao laboratório de fotografia comprar rolos para a secretária do Sr. director ter em stock para nos dar; não tiveram conta as vezes que fui ao laboratório levar rolos para revelar ou buscar negativos já prontos para serem digitalizados. E olhem que o laboratório não era "ali ao lado"; da redacção ao dito cujo, distavam quase 4 quilómetros... era o mais perto que havia daquele fim do mundo onde trabalhavamos...
Terceira função do jornalista: estacionar os carros na garagem. Quantas e quantas vezes não tirei eu da garagem aqueles ferros velhos pela manhã; quantas e quantas vezes não os voltei a colocar lá ao fim do dia...
Quarta função: levar os carros à oficina. Só a bendita daquela DV, teve o privilégio de ser eu a leva-la duas vezes para lhe mudarem o óleo. Isto, sem contar com aquela vez que a levei a uma oficina, na Maia, perto da fábrica da Milanesa, para lhe fazerem uma "limpeza, porque tinha que ir à inspecção"...
Quinta tarefa: Digitalizar fotos, tratar fotos, colocar fotos nos cadernos/suplementos. Quantos dias não fiquei lá, quase até à meia noite a fazer trabalhos que não me competia faze-los??? A verdade é que eu até gostava daquele trabalho; e mais gostaria se me tivessem pago por ele, principalmente as várias centenas de horas extraordinárias que trabalhei. Dos meus chefes, nem um obrigado lhes ouvi... tudo era obrigação.
Em sexto lugar, vem a paginação. Não pescava nada daquilo, ao início, confesso. Mas como sou bom de olho, depressa aprendi todos os truques e todos os passos para trabalhar com o Pagemaker. O melhor professor, como não há nenhum no mundo é o Dani. Tinha sempre uma paciência de mestre para explicar tudo. E o aluno aqui, aprendeu tudo certinho e direitinho. E ficavam excelentemente bem paginadas as minhas maquetes.
Em jeito de conclusão digo que, o que me deixa verdadeiramente contente, e isso posso grita-lo aos sete ventos, é que JAMAIS, EM TEMPO ALGUM encontrarão outra pessoa versátil como eu, que faça o que eu fazia, com a qualidade e rapidez com que o fazia.
E esse é, ninguém o pode negar ali dentro, o meu grande orgulho!!!
Diz, ainda o n.º 2 do artigo 1º deste mesmo diploma que, "Não constitui actividade jornalística o exercício de funções referidas no número anterior quando desempenhadas ao serviço de publicações de natureza predominantemente promocional, ou cujo objecto específico consista em divulgar, publicitar ou por qualquer forma dar a conhecer instituições, empresas, produtos ou serviços, segundo critérios de oportunidade comercial ou industrial".
Ora, fazendo uma avaliação daquilo que fiz nos últimos dois anos e dois meses, foi precisamente este (o n.º 2), o meu trabalho ao serviço deste "magno diário nortenho".
Contudo, e como se o que fiz não bastasse e/ou fosse suficiente para incrementar o meu Curriculum Vitae, perdi meia hora do meu precioso tempo a compilar e a reunir na minha mente, tudo aquilo que fiz e/ou desempenhei.
Comecemos pela fotografia. Sim, era eu que tirava todas as fotografias que ilustravam as minhas "reportagens" e, verdade seja dita, captei excelentes fotografias; muitas delas, muito mal empregues para as publicações onde sairam.
Em segundo lugar, e ainda relacionado com a fotografia, muitas vezes fui eu ao laboratório de fotografia comprar rolos para a secretária do Sr. director ter em stock para nos dar; não tiveram conta as vezes que fui ao laboratório levar rolos para revelar ou buscar negativos já prontos para serem digitalizados. E olhem que o laboratório não era "ali ao lado"; da redacção ao dito cujo, distavam quase 4 quilómetros... era o mais perto que havia daquele fim do mundo onde trabalhavamos...
Terceira função do jornalista: estacionar os carros na garagem. Quantas e quantas vezes não tirei eu da garagem aqueles ferros velhos pela manhã; quantas e quantas vezes não os voltei a colocar lá ao fim do dia...
Quarta função: levar os carros à oficina. Só a bendita daquela DV, teve o privilégio de ser eu a leva-la duas vezes para lhe mudarem o óleo. Isto, sem contar com aquela vez que a levei a uma oficina, na Maia, perto da fábrica da Milanesa, para lhe fazerem uma "limpeza, porque tinha que ir à inspecção"...
Quinta tarefa: Digitalizar fotos, tratar fotos, colocar fotos nos cadernos/suplementos. Quantos dias não fiquei lá, quase até à meia noite a fazer trabalhos que não me competia faze-los??? A verdade é que eu até gostava daquele trabalho; e mais gostaria se me tivessem pago por ele, principalmente as várias centenas de horas extraordinárias que trabalhei. Dos meus chefes, nem um obrigado lhes ouvi... tudo era obrigação.
Em sexto lugar, vem a paginação. Não pescava nada daquilo, ao início, confesso. Mas como sou bom de olho, depressa aprendi todos os truques e todos os passos para trabalhar com o Pagemaker. O melhor professor, como não há nenhum no mundo é o Dani. Tinha sempre uma paciência de mestre para explicar tudo. E o aluno aqui, aprendeu tudo certinho e direitinho. E ficavam excelentemente bem paginadas as minhas maquetes.
Em jeito de conclusão digo que, o que me deixa verdadeiramente contente, e isso posso grita-lo aos sete ventos, é que JAMAIS, EM TEMPO ALGUM encontrarão outra pessoa versátil como eu, que faça o que eu fazia, com a qualidade e rapidez com que o fazia.
E esse é, ninguém o pode negar ali dentro, o meu grande orgulho!!!
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quarta-feira, maio 05, 2004
Tenho que começar por dizer que lamento profundamente que os meus três colegas não tenham recebido o salário correspondente ao mês de Abri. Lamento-o mas não foi nada que me tivesse surpreendido. Surpreendido teria ficado, isso sim, se lhes tivessem sido pagos esses dias de trabalho. Aliás, esta situação só poderá surpreender quem nunca trabalhou com o Sr. José Freitas. Quem o conhece, como eu conheço, já sabia que isso iria suceder. De qualquer forma, apesar de tudo, é uma questão de tempo até que eles recebam aquilo a que têm direito. É claro que seria preferível que isso já estivesse resolvido, mas só mesmo com o tempo a justiça poderá ser feita.
Por falar em justiça, devo confessar que o alegado processo por difamação (digo alegado porque, que eu saiba, ainda ninguém foi notificado pelo Ministério Público) era também algo que eu já esperava. Aqui, e falo por mim, penso que foi o melhor que poderia acontecer. Melhor porque, assim, ficará esclarecido se temos andado aqui a mentir, ou se, pelo contrário, as acusações feitas correspondem à verdade. Eu, enquanto pessoa que denunciou várias situações, e enquanto pessoa que deu os nomes às pessoas que estava a acusar dessas práticas, só posso ficar feliiz por poder fazer prova das supramencionadas acusações. No fim de tudo isto, a verdade ficará bem esclarecida e, assim, já não existirá lugar a suspeições quanto à honestidade das pessoas que aqui escrevem e, neste caso concreto, em relação à minha honestidade. É para isto que a Justiça serve. Para que a culpa não morra solteira e para que se compreenda, de uma vez por todas, que este Diário não foi um acto irresponsável de alguma pessoas. Foi um acto que visou apenas, e continua a visar, dar um contributo para que práticas próprias de um passado desprezível sejam denunciadas e punidas. Por isso, repito-o, este possível processo por difamação é o melhor que poderá acontecer a este Diário. Assim, a verdade será totalmente clarificada. Até porque me pareceu estranho todo o silêncio por parte dos visados. Excepção feita às declarações de Nassalette Miranda ao DN (curiosamente, uma pessoa que até aí não tinha sido mencionada neste blog), só existiu silêncio por parte das pessoas referidas neste blog. E, vendo bem, no que a mim me toca, é só silêncio o que continua a existir. Talvez, quem sabe?, a aposta fosse essa. Silêncio até que este blog morresse. Mas, como este blog não pretende morrer, talvez nada mais reste às pessoas anteriormente mencionadas do que mover esse processo, quiçá na esperança de que as acusações não possam ser provadas. Quanto a isso, limito-me a reproduzir o que já tinha escrito no post "A quatro dias do 25 de Abril": "Hoje, mais do que nunca, importa DENUNCIAR estas coisas que acontecem no jornal “O Primeiro de Janeiro”. Não o faço de uma forma irresponsável. Faço-o com plena consciência de que as pessoas que estou a acusar de tomarem as atitudes que explanei, vão ler estas palavras. Mas, nada temo porque sempre disse apenas a verdade. E digo-a aqui, agora, como a direi em todos os locais onde me sejam postas questões relativas aos factos que denunciei". É que, já nesse dia, como sempre que aqui escrevi, tive o cuidado de não o fazer à toa. Portanto, fico feliz por poder, finalmente, provar todos os factos que denunciei. Pode ser que, finalmente, algumas coisas comecem a mudar.
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Por falar em justiça, devo confessar que o alegado processo por difamação (digo alegado porque, que eu saiba, ainda ninguém foi notificado pelo Ministério Público) era também algo que eu já esperava. Aqui, e falo por mim, penso que foi o melhor que poderia acontecer. Melhor porque, assim, ficará esclarecido se temos andado aqui a mentir, ou se, pelo contrário, as acusações feitas correspondem à verdade. Eu, enquanto pessoa que denunciou várias situações, e enquanto pessoa que deu os nomes às pessoas que estava a acusar dessas práticas, só posso ficar feliiz por poder fazer prova das supramencionadas acusações. No fim de tudo isto, a verdade ficará bem esclarecida e, assim, já não existirá lugar a suspeições quanto à honestidade das pessoas que aqui escrevem e, neste caso concreto, em relação à minha honestidade. É para isto que a Justiça serve. Para que a culpa não morra solteira e para que se compreenda, de uma vez por todas, que este Diário não foi um acto irresponsável de alguma pessoas. Foi um acto que visou apenas, e continua a visar, dar um contributo para que práticas próprias de um passado desprezível sejam denunciadas e punidas. Por isso, repito-o, este possível processo por difamação é o melhor que poderá acontecer a este Diário. Assim, a verdade será totalmente clarificada. Até porque me pareceu estranho todo o silêncio por parte dos visados. Excepção feita às declarações de Nassalette Miranda ao DN (curiosamente, uma pessoa que até aí não tinha sido mencionada neste blog), só existiu silêncio por parte das pessoas referidas neste blog. E, vendo bem, no que a mim me toca, é só silêncio o que continua a existir. Talvez, quem sabe?, a aposta fosse essa. Silêncio até que este blog morresse. Mas, como este blog não pretende morrer, talvez nada mais reste às pessoas anteriormente mencionadas do que mover esse processo, quiçá na esperança de que as acusações não possam ser provadas. Quanto a isso, limito-me a reproduzir o que já tinha escrito no post "A quatro dias do 25 de Abril": "Hoje, mais do que nunca, importa DENUNCIAR estas coisas que acontecem no jornal “O Primeiro de Janeiro”. Não o faço de uma forma irresponsável. Faço-o com plena consciência de que as pessoas que estou a acusar de tomarem as atitudes que explanei, vão ler estas palavras. Mas, nada temo porque sempre disse apenas a verdade. E digo-a aqui, agora, como a direi em todos os locais onde me sejam postas questões relativas aos factos que denunciei". É que, já nesse dia, como sempre que aqui escrevi, tive o cuidado de não o fazer à toa. Portanto, fico feliz por poder, finalmente, provar todos os factos que denunciei. Pode ser que, finalmente, algumas coisas comecem a mudar.
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segunda-feira, maio 03, 2004
Processados por Difamação
3 de Maio, Dia da Liberdade de Imprensa. Dia também, de recebermos o nosso ordenado. Eis que, chegados à redacção comercial, onde trabalhavamos, o nosso ex-director manda transmitir, pela sua simpática secretária, que não iríamos receber um tostão porque, e passo a citar, "o jornal decidiu meter-vos um processo em tribunal por difamação".
Perante estes factos, impõe-se dizer o seguinte:
1 - Da minha parte, do Sérgio e da Dina, nunca difamámos o jornal onde trabalhámos. Nunca aqui foi citado, pela nossa parte, qualquer tipo de nome, fosse ele de quem fosse.
2 - Trabalho é trabalho e esse paga-se. Eu, da minha parte, trabalhei até ao dia 20 de Abril, pelo que, independentemente do que a direcção do jornal fosse fazer, deveria pagar-me esses dias de trabalho.
3 - Já o declarei, aqui e noutros lados, que não comecei esta guerra; quero apenas receber aquilo que tenho direito, como qualquer cidadão. A guerra foi-me imposta e, o meu orgulho, como jornalista e como cidadão, obriga-me a defender-me. Até porque sei que esta guerra eu vou vencer. Sei muito; sei demais. Se calhar, eles não sabem que eu sei, e vou defender-me. E, no fim, sou eu quem os vai processar por difamação e por agirem de má fé.
4 - Para que não digam que andamos aqui a esconder factos e omitir informações, a partir de agora, o arquivo deste blog já se encontra, de novo, online. Podem, por isso, consultar tudo o que foi dito e escrito desde o dia 30 de Março e emitirem as suas próprias opiniões e juizos de valor.
5 - Pasquim. Muitos me criticaram e/ou criticam por me ter referido ao jornal em questão, como sendo um Pasquim. O que muita gente não sabe é que, quem aplicou este conceito a este jornal, foi o próprio director comercial, numa das famosas reuniões que tivemos a "honra" de participar.
Perante estes factos, impõe-se dizer o seguinte:
1 - Da minha parte, do Sérgio e da Dina, nunca difamámos o jornal onde trabalhámos. Nunca aqui foi citado, pela nossa parte, qualquer tipo de nome, fosse ele de quem fosse.
2 - Trabalho é trabalho e esse paga-se. Eu, da minha parte, trabalhei até ao dia 20 de Abril, pelo que, independentemente do que a direcção do jornal fosse fazer, deveria pagar-me esses dias de trabalho.
3 - Já o declarei, aqui e noutros lados, que não comecei esta guerra; quero apenas receber aquilo que tenho direito, como qualquer cidadão. A guerra foi-me imposta e, o meu orgulho, como jornalista e como cidadão, obriga-me a defender-me. Até porque sei que esta guerra eu vou vencer. Sei muito; sei demais. Se calhar, eles não sabem que eu sei, e vou defender-me. E, no fim, sou eu quem os vai processar por difamação e por agirem de má fé.
4 - Para que não digam que andamos aqui a esconder factos e omitir informações, a partir de agora, o arquivo deste blog já se encontra, de novo, online. Podem, por isso, consultar tudo o que foi dito e escrito desde o dia 30 de Março e emitirem as suas próprias opiniões e juizos de valor.
5 - Pasquim. Muitos me criticaram e/ou criticam por me ter referido ao jornal em questão, como sendo um Pasquim. O que muita gente não sabe é que, quem aplicou este conceito a este jornal, foi o próprio director comercial, numa das famosas reuniões que tivemos a "honra" de participar.
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Esclarecimentos II
Depois de ter estado alguns dias sem aceder à internet, queria apenas, por agora, escrever o seguinte, em nome de todos os bloggers do Diário. Queria agradecer a todas as pessoas que, de uma ou de outra forma, nos têm manifestado apoio e solidariedade. Desculpem se nem sempre respondemos a todos os comments, mas eles são lidos e são extremamente importantes para nós. Fica aqui o registo e o agradecimento.
Queria também agradecer a todas as pessoas que, estando em desacordo connosco, manifestam essa discordância de uma forma civilizada. Não temos todos que pensar da mesma forma e, creio, por vezes as críticas podem conter argumentos nos quais não teríamos ainda pensado. Não queremos ter razão a toda a força. Por isso mesmo, há sempre algo a ganhar quando alguém nos critica de uma forma fundamentada. Podemos estar de acordo ou não mas, seguramente, ganhamos um pouco mais de "visão periférica" em relação a tudo o que se tem debatido. Neste ponto, pela minha parte, volto a fazer um tributo ao Filinto. Não retirando uma palavra do meu post anterior, é justo afirmar que, em toda esta polémica, parece-me, quis apenas que não se pensasse que falávamos da redacção onde trabalha. Sentiu-se atingido. Compreendo perfeitamente. Se calhar eu, no seu lugar, também o teria sentido. Reagiu a quente e chamou-nos "tarefeiros". Mas as reacções a quente valem o que valem e nada mais. É verdade que o Janeiro publica Páginas Especiais que são apenas publireportagens não identificadas. E se é verdade que ele, enquanto editor, está sujeito às perguntas que lhe coloquei, não é menos verdade que a responsabilidade da publicação dessas páginas especiais, parece-me, deve ser, essencialmente, assacada a Nassalette Miranda e a Eduardo Costa.
Por fim, queria uma vez mais que este debate não se centrasse fundamentalmente na questão jornalismo - "jornalismo". Penso que o essencial continua a ser um tipo de relacionamento empregador - empregado que se baseia em práticas despóticas, em decisões à margem de toda a legalidade, num abuso demencial (por parte de alguns empregadores) de uma necessidade comum à grande maioria dos portugueses, ou seja, trabalhar para sobreviver. Estou certo de que as situações que têm sido referidas, na sua maioria, são vividas diariamente, por esse país fora, nos mais variados ramos de actividade. Essa sim, na minha opinião, é a questão central.
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Queria também agradecer a todas as pessoas que, estando em desacordo connosco, manifestam essa discordância de uma forma civilizada. Não temos todos que pensar da mesma forma e, creio, por vezes as críticas podem conter argumentos nos quais não teríamos ainda pensado. Não queremos ter razão a toda a força. Por isso mesmo, há sempre algo a ganhar quando alguém nos critica de uma forma fundamentada. Podemos estar de acordo ou não mas, seguramente, ganhamos um pouco mais de "visão periférica" em relação a tudo o que se tem debatido. Neste ponto, pela minha parte, volto a fazer um tributo ao Filinto. Não retirando uma palavra do meu post anterior, é justo afirmar que, em toda esta polémica, parece-me, quis apenas que não se pensasse que falávamos da redacção onde trabalha. Sentiu-se atingido. Compreendo perfeitamente. Se calhar eu, no seu lugar, também o teria sentido. Reagiu a quente e chamou-nos "tarefeiros". Mas as reacções a quente valem o que valem e nada mais. É verdade que o Janeiro publica Páginas Especiais que são apenas publireportagens não identificadas. E se é verdade que ele, enquanto editor, está sujeito às perguntas que lhe coloquei, não é menos verdade que a responsabilidade da publicação dessas páginas especiais, parece-me, deve ser, essencialmente, assacada a Nassalette Miranda e a Eduardo Costa.
Por fim, queria uma vez mais que este debate não se centrasse fundamentalmente na questão jornalismo - "jornalismo". Penso que o essencial continua a ser um tipo de relacionamento empregador - empregado que se baseia em práticas despóticas, em decisões à margem de toda a legalidade, num abuso demencial (por parte de alguns empregadores) de uma necessidade comum à grande maioria dos portugueses, ou seja, trabalhar para sobreviver. Estou certo de que as situações que têm sido referidas, na sua maioria, são vividas diariamente, por esse país fora, nos mais variados ramos de actividade. Essa sim, na minha opinião, é a questão central.
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